A Universidade do Estado do Amazonas (UEA), por meio da Escola Superior de Tecnologia (EST), e a empresa Eneva, em parceria com outras instituições, iniciaram, nesta terça-feira (23/7), as atividades do projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) “Diesel Verde na Amazônia”. A iniciativa tem como foco o estudo do potencial de oleaginosas nativas como matéria-prima para a produção de diesel verde (HVO), um combustível renovável que reduz emissões de gases de efeito estufa e pode fortalecer a bioeconomia regional.
O lançamento oficial aconteceu no auditório do Laboratório Saltu, da EST/UEA, durante um workshop que reuniu pesquisadores, representantes do setor produtivo e autoridades. A programação incluiu a reunião de kick-off do projeto, palestras técnicas, debates sobre políticas públicas e reflexões sobre o papel da Ciência e Tecnologia na transição energética do Amazonas.
O reitor da UEA, Prof. Dr. André Zogahib, destacou a importância do projeto para a estratégia institucional da universidade na expansão da produção científica. “A UEA tem investido em projetos que aproximam a produção científica das demandas reais da sociedade. Essa iniciativa representa um passo importante no fortalecimento da pesquisa aplicada e no apoio ao desenvolvimento sustentável da região”, afirmou.
De acordo com a Prof.ª Dra. Patrícia Melchionna, integrante do projeto e pesquisadora do Grupo de Pesquisa Química Aplicada à Tecnologia (GP-QAT) da UEA, as metas são, ao longo de 30 meses, transformar oleaginosas em HVO, criar uma planta-piloto, fazer análises técnicas econômicas e avaliar a aplicação do combustível no transporte fluvial e na geração de energia elétrica.
“O diesel verde tem características muito parecidas com a do diesel fóssil, porém ele é uma fonte renovável. Sendo assim, nossa proposta visa apoiar comunidades locais que possam vir a produzir essa oleaginosa. Dentro dos nossos laboratórios, vamos verificar aquelas propriedades interessantes para que possamos escolher uma oleaginosa, de fato, capaz de suprir essa demanda”, explicou.
Para o coordenador de Relações Institucionais da Eneva na região Norte, Márcio Lira, a parceria entre setor produtivo e universidade é essencial para promover soluções baseadas em ciência e inovação. Segundo ele, as expectativas são positivas quanto ao potencial do projeto de transformar a realidade das comunidades do interior e promover a transição energética.
“A gente está muito feliz hoje aqui na EST/UEA. Imagine se com essa pesquisa a gente concluir que o HVO, a partir dessas oleaginosas, pode ser usado nas rabetas do interior, por exemplo. Isso significa diminuição de custo, menos poluição e, também, conexão com as comunidades do interior”, afirmou o coordenador da Eneva, maior operadora privada de gás natural do país.
Protagonismo
O diretor da EST/UEA, Prof. Dr. Jucimar Silva Junior, destacou que a iniciativa reafirma o protagonismo da universidade na produção de conhecimento científico voltado à resolução de problemas concretos da Amazônia. Ele também ressaltou a importância de aproximar a academia do setor privado para gerar soluções de impacto real.
“A EST/UEA consolida-se como protagonista em projetos de PD&I que dialogam com os grandes desafios da Amazônia e do Brasil. O ‘Diesel Verde na Amazônia’ é um exemplo de como a ciência, aliada ao setor produtivo, pode transformar a biodiversidade em soluções sustentáveis, capazes de gerar conhecimento, emprego e desenvolvimento com responsabilidade ambiental”, afirmou o diretor.
Além da EST/UEA e Eneva, integram o projeto de PD&I pesquisadores da empresa Essenz Soluções Técnico-Econômicas em Projetos e Estudos Regulatórios Ltda., do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ISI B&F) e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
O evento de lançamento do “Diesel Verde na Amazônia” contou, também, com a presença do presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Lúcio Flávio Morais de Oliveira, e do secretário de Estado de Mineração, Energia e Gás (Semig), Ronney Peixoto, que representou o Governo do Amazonas no encontro.